Coordenação: Ana Nunes de Almeida e Maria Manuel Vieira.Equipa: Alexandra Raimundo

Financiamento: Projecto de Divulgação da Cultura Científica e Tecnológica, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (Projecto POCI/DIV/2005/00118).

Data: 2005-2006

Sumário: As Artes do Ofício procuram pôr me prática uma das missões estratégicas de um Laboratório Associado: a abertura à sociedade civil dos centros de investigação de ciências sociais; a divulgação dos produtos da ciência, das sua modalidades de produção, protagonistas e carreiras profissionais junto de franjas cada vez mais alargadas de público; a demonstração da utilidade social do conhecimento científico.

Objectivos principais: 1) induzir nos jovens o gosto pela investigação e pela cultura científicas; 2) proporcionar a jovens do ensino secundário de escolas públicas experiências de investigação no domínio científico das ciências sociais; 3) sensibilizar as comunidades educativas abrangidas por essas escolas (alunos, pais, professores, pessoal não docente, associações locais, autarquias) para as Ciências Sociais – as suas profissões e saídas profissionais, os produtos da sua investigação; 4) colaborar activamente em processos de investigação de iniciativa escolar, colocando ao serviço da escola saberes, métodos e técnicas de investigação em ciências sociais que lhe permita desenvolver estudos sobre a sua própria realidade educativa e evidenciando a utilidade social do conhecimento científico.


Coordenação: Pedro Moura Ferreira Equipa: Duarte Vilar.

Sumário: Nas últimas duas décadas do século XX, os jovens portugueses cresceram num contexto de mudanças profundas em termos da sua socialização sexual, ou seja, do conjunto de aprendizagens formais e informais sobre as questões relativas à sexualidade. Por um lado, e num contexto de liberalização de costumes, os meios de comunicação social, nomeadamente aqueles mais especificamente dirigidos aos jovens e a TV, integram crescentemente mensagens e temas de natureza sexual. Por outro lado, as próprias famílias, e num processo de mudança e reflexividade social, deixaram de poder “não falar” de temas de natureza sexual. Pais e filhos são confrontados, na cena familiar, com as mensagens sobre sexualidade que outros actores (meios de comunicação social, amigos) transportam para este contexto de comunicação e, assim sendo, podemos supor que se alteraram também os contextos de socialização familiar. Por outro lado ainda, o Estado integrou a sexualidade nas suas políticas de saúde, de educação e de juventude sob pressão de problemas emergentes relacionados com esta esfera, dos quais o mais proeminente foi, sem dúvida, a SIDA (mais até do que a gravidez na adolescência). Mais frequentemente, os jovens puderam aceder a acções de informação/educação realizadas por profissionais, seja no contexto da sala de aula, seja noutros contextos de aprendizagem formal. Fruto deste processo, os próprios jovens interagem de formas diferentes. A tradição já não é o que era e, sobretudo, as relações entre rapazes e raparigas sofreram mudanças profundas. Ou seja, poderão Ter-se operado mudanças importantes na socialização entre pares. Estas mudanças têm sido evidenciadas em alguns estudos sobre a juventude realizados, nomeadamente pelo IED (1983-85) e pelo ICS (1997). Frequentemente, o ME, a APF e outras instituições envolvidas em programas de educação sexual dos jovens são questionados sobre os progressos havidos na educação sexual nas escolas. Face a esta questão – ou seja, a amplitude da mudança alcançada – dois tipos de respostas costumam emergir: por um lado, posições que acham que os jovens estão já suficientemente informados pelo que a educação sexual na escola não é necessária; por outro, posições que apontam no sentido oposto, ou seja, que nada ou muito pouco mudou, que as escolas não fazem educação sexual e, portanto, que a maioria dos jovens portugueses não tem uma adequada educação sexual. Embora tenham sido feitos alguns estudos sobre os conhecimentos específicos dos jovens – nomeadamente os que integraram o projecto experimental de educação sexual entre 1995-98 -, não existe um conhecimento fundado e rigoroso nesta matéria. Esta lacuna de informação radica numa dificuldade real: a dificuldade que as próprias escolas têm de ter uma informação mais ou menos exacta do que se passa no seu interior. A alternativa, é perceber a situação da educação sexual através dos seus destinatários, nomeadamente os jovens que estão a acabar o ensino básico ou o ensino secundário. Em termos metodológicos, o projecto contemplará as seguintes etapas:- Será realizado um levantamento prévio de instrumentos já existentes e que possam ser aplicados no estudo.- Serão construídos e pré-testados dois questionários para recolha dos dados referidos.- Serão constituída duas amostras estruturadas e por quotas, representando jovens que estão a concluir o 9º ano e jovens que estão a concluir o 12º ano de todo o território nacional. As duas amostras justificam-se por um lado, para incluir jovens em estádios de desenvolvimento diferentes, para evitar distorções de memória, e devido ao abandono escolar que se verifica na passagem do ensino básico para o ensino secundário.- Os questionários serão aplicados através da rede de contactos que a APF tem e como o apoio da CCPES, após terem sido obtidas as autorizações respectivas.- A informação será tratada informaticamente e com os procedimentos estatísticos adequados, sendo elaborados os respectivos relatórios.Objectivos: O objectivo geral deste estudo é o de compreender de forma rigorosa e periódica, o actual nível de educação sexual dos jovens portugueses escolarizados e o papel da escola e dos professores neste processo, a partir da informação recolhida nos próprios destinatários da educação sexual, ou seja, os jovens. São objectivos específicos deste estudo obter um conhecimento mais rigoroso sobre:- a qualidade dos conhecimentos dos jovens sobre diversos tópicos relevantes da sua educação sexual; – a importância dos diferentes agentes de socialização no processo de educação sexual do jovens; – a intervenção específica da escola e dos professores neste processo; – a diversidade existente entre os jovens em matéria de educação sexual em termos de género, condição social e situação geográfica.

Palavras-Chave: Juventude, Sexualidade, Educação sexual

Coordenação: Marzia Grassi.

Equipa: Catarina Páscoa; Inês Hasselberg; Tatiana Ferreira.

Financiamento: ICS-UL 429/2006

Data: 2006-2008

Sumário: As características das redes de capital social e o papel que desempenham na integração de jovens de origem africana em Portugal serão analisadas em torno dos dados recolhidos com um questionário aplicado a 400 jovens de origem cabo-verdiana e angolana na área da Grande Lisboa. A recolha de dados segue-se a quatro anos de pesquisa, desenvolvida através de entrevistas qualitativas a homens e mulheres de origem cabo-verdiana, em Portugal, Itália e EUA. Foram as entrevistas e a observação directa no meio de comunidades de imigrantes originários dos PALOP em Portugal, realizadas entre 2002 e 2007, que sugeriram a relevância do capital social, como objecto teórico e interpretativo das condições de integração dos imigrantes, no mercado de trabalho e na sociedade portuguesa. A questão do trabalho surge, no projecto migratório dos indivíduos e das suas famílias, como uma questão central, e o terreno sugeriu, que é nas redes de solidariedade étnicas e familiares que se pode encontrar o apoio necessário para favorecer a integração dos indivíduos, em particular dos mais jovens. Esta questão revela-se importante de uma forma particular quando as leis e/ou as dinâmicas económicas do país de acolhimento não garantem aos imigrantes um fácil acesso aos recursos, no mercado de trabalho formal. Quais são, então, as características das redes que se organizam em torno da solidariedade, que permitem aos imigrantes e as suas famílias de levar avante o projecto migratório? Em suma, qual é a natureza do capital social e a sua utilidade, por exemplo, na resolução da questão central, do acesso ao mercado de trabalho, dos jovens de origem africana, em Portugal?Objectivos: O objectivo do projecto é questionar o papel das redes de capital social na integração de jovens de origem africana em Portugal através da comparação dos dados recolhidos por Questionário em duas comunidades originárias dos PALOP.Os dados recolhidos são usados em termos comparativos de forma a facilitar a análise do papel e das características das redes sociais na activação dos mecanismos de ajuda na integração em Portugal. A comparação entre as duas comunidades que partilham a mesma condição de ex-colónias portuguesas, mas que diferem nas dinâmicas culturais e nas condições políticas no período pós-colonial, vai contribuir para o debate teórico sobre a integração dos imigrantes dos PALOP no Portugal contemporâneo.

Palavras- Chave: Social capital; networks; Palop; young people; identities

Coordenação: Ana Nunes de Almeida.

Equipa: Ana Delicado, Nuno de Almeida Alves, Carles Sigalés, Josep M. Mominó.

Sumário: Resultado de uma encomenda da Fundação C. Gulbenkian à investigadora coordenadora, este projecto inspira-se em investigações realizadas desde 2001 na Universidade Aberta da Catalunha sobre a sociedade da informação, versando primeiro o território regional, depois o nacional. Pretende-se não só prosseguir certas linhas temáticas desenvolvidas pela equipa da UOC (a presença, os usos, as apropriações e as representações da internet nos processos educativos, o seu papel como instrumento de inovação pedagógica) – permitindo a comparação de metodologias e de resultados – como enriquecê-las teoricamente com a introdução de propostas trazidas pelo “novo paradigma da infância”. Considerando a criança um actor competente, produtora e intérprete activa do seu quotidiano, pretende-se (dando-lhe voz) descrever, caracterizar e interpretar os usos que faz e as representações que constrói sobre a internet. O projecto desenvolve-se em dois anos, correspondentes a duas fases metodologicamente distintas. No primeiro, prevê-se uma abordagem extensiva e a aplicação de um inquérito por questionário a uma amostra representativa de alunos de turmas do ensino básico (1º,2º e 3º ciclos). No segundo, uma abordagem compreensiva e a realização de entrevistas em profundidade a uma amostra qualitativa de franjas de crianças (diferenciadas por idade, origens familiares, condições de género e pertença étnica), bem como a seus professores e pais.Objectivos: Considerando as crianças actores competentes, produtoras e intérpretes activas do seu quotidiano, pretende-se (dando-lhes voz) conhecer os usos que fazem e as representações que constroem sobre a internet, em dois cenários pelos quais circulam – a família e a escola – e onde emergem relações educativas que se sobrepõem ou contradizem, concorrem entre si. Mais detalhadamente, são objectivos do projecto:-  captar os modos de transmissão dos saberes que as crianças (indivíduos entre os 0-14 anos) detêm sobre o computador e a internet  – momentos, fontes, lugares, protagonistas e actores de aprendizagem;- descrever os contextos do quotidiano em que ocorre o uso de um equipamento como o computador e o acesso que ele proporciona à internet  – espaços, tempos, ritmos e condições de utilização (a solo, em grupo, em rede, etc), combinações com o uso de outras tecnologias;- compreender os objectivos da sua utilização: a internet como objecto de saber, instrumento de trabalho (para a escola, para a família), elemento de construção de uma cultura infantil e de pares.

Palavras-chave: Infância, Internet, Usos, Percepções

As crianças e a internet: relatório de um inquérito. Almeida, Ana Nunes de, Delicado, Ana e Alves, Nuno de Almeida. Edição: ICS, Fundação Calouste Gulbenkian, 2008.

As crianças e a internet: relatório de um inquérito: anexos.

Coordenação em Portugal: José Machado Pais.Equipa: Lia Almeida

Financiamento: projecto apoiado pela Comissão Europeia (Prioridade “Improving the Socio-Economic Knowledge Base” – IHP-KA1-00-1)

Data: 2001 – 2004

Página do Projecto.

Coordenação: Ana Nunes de Almeida e Maria Manuel Vieira.Equipa: Alexandra Raimundo

Financiamento: Projecto integrado no programa de investigação “Percursos escolares dos estudantes da Universidade de Lisboa”, Reitoria da UL. Ana Nunes de Almeida, Maria Manuel Vieira, Alexandra Raimundo Edição: Reitoria da Universidade de Lisboa, Maio de 2006.

Estudo 2 -À entrada: Um retrato sociográfico dos estudantes inscritos no 1ª ano. Ana Nunes de Almeida, Maria Manuel Vieira, Alexandra Raimundo Edição: Reitoria da Universidade de Lisboa, Maio de 2006.

Coordenação: Nina Clara Tiesler.

Sumário: Este projecto visa desenvolver o primeiro estudo sobre jovens muçulmanos em Portugal, privilegiando para tal uma perspectiva comparativa com jovens portugueses não-muçulmanos. Os resultados serão interpretados no contexto mais alargado dos estudos sobre jovens muçulmanos e juventude na Europa. Pretende-se determinar a influência tanto do Islão quanto da pertença religiosa nos processos de integração social e socialização política – papel esse que é frequentemente ora negligenciado ora excessivamente enfatizado. Assim, optou-se por estudar dois grupos de jovens muçulmanos sunitas (1. de origem Indiana/ de Moçambique, 2. da Guiné Bissau), a maioria deles cidadãos portugueses. Esta abordagem permite a inclusão não só dos grupos dominantes de muçulmanos em Portugal, mas também das minorias étnicas. A presença muçulmana no Portugal contemporâneo é um fenómeno pós-colonial. À semelhança de outros antigos impérios europeus, em Portugal, a primeira vaga de imigração muçulmana ocorreu antes da descolonização e por propósitos educacionais – no nosso caso de Moçambique: estudantes solteiros do sexo masculino oriundos de famílias sunitas de origem indiana. A partir do final dos anos 50, quando estes estudantes se inscreveram nas faculdades de direito, economia e medicina lisboenses, até hoje, quando centenas de bangladeshis se encontram quotidianamente na praça central do Martim Moniz, a população muçulmana em Portugal tem aumentado progressivamente.A vasta maioria dos cerca de 30-40.000 muçulmanos hoje residentes em Portugal são sunitas que, de algum modo, são parte da Comunidade Islâmica de Lisboa, CIL. Embora a CIL seja uma entidade de referência, actuando como um representante tanto formal quanto informal dos sunitas muçulmanos, a vida da comunidade islâmica em Portugal dificilmente poderá ser entendida como unitária. Devido aos constantes fluxos de migrantes, originários de um número crescente de países e culturas, bem como aos surpreendentes processos de construção e institucionalização comunitária, os muçulmanos em Portugal constituem um fenómeno cada vez mais diverso e dinâmico. Todavia, a integração na sociedade portuguesa, a experiência da migração, a vivência enquanto minoria religiosa (e étnica) numa sociedade europeia e numa comunidade islâmica cultural e etnolinguísticamente diversa, afectam tradições culturais e originam não só auto-percepções fluídas como também novos conceitos de espaço, ‘casa’, e pertença. Tais mudanças e percepções são largamente dependentes do estatuto legal (temporário, residência ou cidadania), do acesso ao sistema educacional e ao mercado de trabalho, e também do capital social. Dependem, em suma, da oportunidade de fazer uso da participação política e da mobilidade social. Pertença à comunidade e participação em associações (quer primariamente islâmicas quer não) parecem desempenhar um papel importante nestes processos, o qual carece de um exame mais aprofundado.Debruçando-se sobre a juventude muçulmana, o investigador procura responder à seguinte questão: que função desempenha a religião e o sentimento de pertença comunitário nos processos de integração social (mobilidade social, construção de uma comunidade de pares e convívio/ socialização diária) e socialização política (cidadania activa, participação política, trabalho associativo) entre a “segunda geração” de muçulmanos em Portugal? Adicionalmente, de que modo se reflecte a pertença religiosa nas percepções  étnicas, nacionais ou de pertença europeia (percepções de casa, compromisso sócio-político, novos espaços discursivos, mobilidade) entre os jovens muçulmanos? Será que entre os jovens muçulmanos em Portugal também se encontram as actuais tendências de actividade transnacional evidenciadas entre os muçulmanos na Europa (e noutras partes do mundo)?O projecto destina-se a suprir uma importante lacuna metodológica que permeia a pesquisa sobre muçulmanos em Portugal (e, em parte, também na Europa), designadamente, a ausência de estudos comparativos sobre jovens muçulmanos e não-muçulmanos no contexto de uma sociedade nacional. As atitudes culturais, o eventual compromisso sócio-político e a mobilidade social dos jovens muçulmanos europeus raramente são comparadas com as dos jovens não-muçulmanos (dentro do mesmo espectro de idade, género, classe, nível educacional e origem). Em termos analíticos, esta insuficiência traduz-se frequentemente numa “islamização” excessiva tanto do “objecto de estudo” (os muçulmanos), como do discurso público (e académico). Em suma, quase tudo o que muçulmanos fazem, pensam, afirmam ou negam é amiúde entendido como produto de uma determinação religiosa – o que pode perfeitamente não ser o caso. Consequentemente, aspectos económicos e sociais, de classe, género e nível educacional, o impacto de experiências particulares num contexto histórico específico, assim como semelhanças com não-muçulmanos ou pessoas com uma experiência migratória semelhante são frequentemente negligenciados.Objectivos: Este projecto pretende desenvolver o primeiro estudo acerca da função que a pertença (ou comunidade) religiosa desempenha nos padrões culturais, na integração social, e nas atitudes em relação à cidadania e mobilidade dos jovens muçulmanos em Portugal. Recorrer-se-á à comparação destes indicadores com dados referentes a jovens portugueses não-muçulmanos, contextualizando os resultados no campo dos estudos sobre jovens muçulmanos e juventude na Europa.Pretende-se, assim, estudar o amadurecimento da chamada 2ª geração, privilegiando uma perspectiva abrangente, em que os jovens são tidos como parte integrante da juventude portuguesa e dos jovens cidadãos portugueses em geral.O nosso objectivo é contrapor a tendência de enfatizar questões de segurança, extremismo religioso e violência, estudando os Jovens Muçulmanos com os mesmos parâmetros e perspectivas inovadoras que são aplicados ao estudo da juventude “mainstream”, da qual os muçulmanos em Portugal (e no mundo) fazem certamente parte.

Relatório: Little difference? Young muslims in the contexy of portuguese youth.

Coordenação: Jorge Vala Equipa: Vítor Sérgio Ferreira, Marcus Eugêneo Lima e Diniz Lopes.

Financiamento: Instituto Português da Juventude no âmbito do Observatório Permanente da Juventude.
Data: 1999 / 2001


Coordenação:Lia Pappámikail

Sumário: Neste projecto procura-se discutir, através do estudo de jovens adolescentes e suas famílias, a relação que o valor da autonomia tem com os processos de individuação, aferindo as lógicas sociais através das quais os sujeitos reportam à norma. A adolescência e juventude emergem como períodos do ciclo de vida particularmente densos e intensos de abertura ao mundo, em que simultaneamente se expandem as relações sociais e os territórios de existência num processo complexo de aquisição de liberdades e independências. Um processo em que participam, ainda assim, os contextos económicos, culturais e sociais em que vivem os jovens. É nessa medida que a adolescência surge como um fenómeno simultaneamente individual, familiar e social. Com efeito, são múltiplos os desafios e provas que ao longo do percurso enfrentam os sujeitos, o que imprime um carácter probatório às suas performances, donde resultam hesitações, dúvidas e vulnerabilidades. Ao mesmo tempo que crescem e amadurecem, procuram, pois, (ou é-lhes oferecido um espaço para) acomodar a autonomia que vão construindo, no sistema de relações familiares, relativamente estável até então. Ao reivindicar um novo estatuto e encetando um percurso de desafiliação relativa, os sujeitos interpelam a família cuja acção é orientada pela dupla injunção de proteger e emancipar, forçando à recomposição e transformação das relações, o que torna a adolescência um período igualmente desafiante para os progenitores. Estes constituem os principais traços que resultam da análise dos 18 casos que ocnstituiram o corpus empírico da pesquisa, recolhidos em três localizações distintas (urbana, suburbana e rural) entre 2005 e 2006. Cada caso é constituído pela díade progenitor (pai/mãe/ambos) e pelo adolescente, cada um fornecendo a usa perspectiva sobre o processo e experiência de crescimento e amadurecimento. Abordaram-se diversas áreas da existência destacando-se a forma como o valor da autonomia se inscreve nas culturas familiares, aferindo traços de transformação social e cultural; a forma como os jovens adquirem ou conquistam mais liberdade de acção e circulação, por um lado, e mais independência instrumental e financeira, por outro; e os trilhos que os jovens percorrem para constituir, expressivamente no espaço doméstico e relacional, universos privados e íntimos.

Palavras-Chave: Família, Juventude, Adolescência, Identidade, AutonomiaJuventude, família e autonomia:entre a norma social e os processos de individuação (Tese de Doutoramento).

Juventude, família e autonomia:entre a norma social e os processos de individuação (Tese de Doutoramento).

Coordenação: Agnès Van ZantenEquipa: Brigitte Darchy-Koechlin, Hélène Buisson-Fenet, Nathalie Mons e Elise Tenret (França), Geoffrey Walford (Oxford University, Inglaterra), Christian Maroy (Université Louvain la Neuve, Bélgica), Ivan Bajomi (Universite ELTE Budapest, Hungria), Sverker Lindblad (Goteborg University, Suécia).

Financiamento: Agence Nationale de Recherche (França)

Data: 2006-2008

Sumário: The overall objective of the project « The education and training of elites from secondary to higher education: social closure and international engagement » (EDUC-ELITES) is to examine transformations in the school careers and experiences of pupils and students in elite institutions. It will focus on the analysis of closure and exclusionary institutional and individual strategies on one side and on engagement and “usurpatory” strategies for improvement of social position on the other. The project will focus on three main themes:
– An examination of developments in policies on the training and selection of elites in France and the effect of these in comparison with other OCDE countries
– An analysis of strategies to ensure “social closure” on the part of secondary and higher institutions of education and their users;
– A study of modes of “international engagement” and their importance in the educational qualifications of future eliteObjectivos:
-A better understanding of the relative importance of national policies, educational institutions and users (parents and students) in the production of educational and social elites, their modes of influence and their interaction;
-The effects of present modes of elite production on competition between social groups and educational inequalities.

Coordenação: Vincenzo Cicchelli e Marc Bréviglieri.Representação Nacional: Vitor Sérgio Ferreira

Financiamento: Projecto da iniciativa do CERLIS (Centre d’Études sur les Liens Sociaux, Faculté des Sciences Sociales et Humaines, Université René Descartes, Paris V, Sorbonne). Financiamento do Ministére de la Recherche no âmbito do programa “Jeunes Chercheurs” 2000.Realização científica: parceria entre diversas Universidades e Centros de Estudos europeus e dos países do Magreb (Paris V-Sorbonne, Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, Lyon II, Università degli Studi di Salerno, Università Cattolica del Sacro Cuore di Milano, Université Mouloud Mammeri de Tizi-Ouzou, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Université de Lausanne, Université de Louvain).

Data: 2000 / 2004


Coordenação em Portugal: José Machado Pais.

Equipa: Vitor Sérgio Ferreira, Mafalda Santos.

Coordenação científica: Barbara Stauber e Andreas Walter (IRIS – Institute for Regional Innovation and Social Research, Tübingen).
Realização científica da EGRIS (European Group for Integrated Social Research).

Financiamento: Comissão Europeia no âmbito do Programa TSER (Targeted Socio-Economic Research).

Data: 1998 / 2001

Página do projecto.

Misleading Trajectories? An Evaluation of the Unintended Effects of Labour Market Integration Policies for Young Adults in Europe – Scientific Report, April 2001


Coordenação: Pedro Moura Ferreira.

Equipa: Pedro Alcântara da Silva

Data: 2004-2006

Sumário: A pesquisa está orientada no sentido de inquirir a participação juvenil enquanto exercício da cidadania política. Este conceito remete para o usufruto dos direitos políticos, designadamente a liberdade de expressão e de associação, que, ao contrário do que ocorre com os direitos cívicos e sociais, não podem ser automaticamente auferidos, mas antes supõe uma participação activa sem a qual não pode ser plenamente consumado. O projecto debruça-se assim sobre as formas activas de participação e as razões do não exercício dos direitos da cidadania política entre os jovens. A tarefa fundamental da pesquisa consiste na realização de um inquérito a uma amostra representativa da população juvenil no continente. Consequentemente, o principal instrumento metodológico assenta na elaboração de um questionário.


Coordenação:Maria Manuel Vieira

Equipa: Lia Pappamikail, José Manuel Resende, Ana Maria Alves Ribeiro, Cristina Ponte, Bruno Miguel Dionísio, Maria Benedita Portugal e Melo, Alexandra Raimundo, Ana Bela Andrade

PTDC/CED/67590/2006

Sumário: Num estudo anterior em que participámos (PIQS/SOC/50013/2003), visando caracterizar e explicar a construção de percursos escolares e de inserção de jovens no mercado de trabalho, fomos confrontados com um dado particularmente surpreendente e estruturante das respostas obtidas na pesquisa empírica. O inquérito por questionário – uma das técnicas utilizadas nesse estudo – incidindo sobre um universo de 1929 jovens, rapazes e raparigas, estudantes do 3º ciclo do ensino básico e do secundário de escolas públicas do país, devolvia-nos uma constante, na resposta à pergunta “Se sim (pretendes continuar a estudar após o 12º ano) que curso pretendes seguir depois do secundário?” – era ela a significativa proporção de “indecisos” entre os inquiridos do ensino secundário. Este revela-se um paradoxo interessante: jovens que realizaram uma escolha (prosseguir estudos, numa dada via de estudos e num agrupamento específico), mas não sabem o que fazer com ela. A indeterminação e a incerteza parecem reinar entre alguns dos jovens do ensino secundário. Ora, a incerteza de caminhos coloca a questão do sucesso escolar: se não se sabe o que escolher, significa que fica em aberto a possibilidade de experimentação, através de tentativa e erro (insucesso), até à descoberta de uma “verdadeira” vocação. Mobilizando algumas das teorias da individualização, a investigação aqui apresentada pretende questionar, a partir do ponto de vista dos estudantes, a perspectiva institucional de definição do sucesso escolar. Esta assenta numa concepção linear, sem rupturas, do percurso académico, pautada pela transposição das sucessivas etapas previstas na estrutura curricular do curso, e pressupõe o não questionamento da opção inicialmente realizada pelo aluno. Ora, esta definição de sucesso pode não corresponder, necessariamente, a uma experiência vivida como sucesso para o estudante. Com efeito, em contextos de modernidade avançada, a procura activa da realização individual, por parte de cada jovem, pode por vezes determinar o questionamento das escolhas e conduzir à reversibilidade de percursos, ou seja, à possibilidade de estes serem sinuosos, não lineares, retardados relativamente ao tempo-padrão institucionalmente previsto de permanência num dado curso. Tempo institucional e tempo individual de sucesso escolar podem, assim, não coincidir. Contudo, a construção de um percurso elaborado por etapas só lineares na aparência, apesar de ser vivido como um livre arbítrio, está longe de o ser na realidade. Ele é perpassado por constrangimentos e influências várias, que importa realçar. Da família, por um lado. Apesar de a autonomia existencial hoje tender a dissociar-se da independência social e económica, os constrangimentos económicos familiares podem condicionar claramente (im) possibilidades de futuro. Da escola, por outro, como contexto institucional cuja oferta escolar disponível estabelece um quadro limitador das escolhas; mas também dos seus profissionais, que se apresentam eles próprios como modelos vocacionais e como importante fonte de informação (os professores e os orientadores escolares). Dos amigos e redes de sociabilidades juvenis, cuja proximidade e durabilidade temporal como espaço socializador (dentro e fora da escola) configura a descoberta colectiva de vocações, e estabelece-se como rede intensa de troca de informações e como “comunidade cabide” para partilha das angústias da escolha. Dos media, da imprensa e em particular da televisão que, constituindo na modernidade, uma das mais fortes possibilidades de rompimento com a “situacionalidade do lugar”, favorecendo a separação do tempo e do espaço (Giddens, 2001), fornece aos jovens, mas também às suas famílias, grupos de referência (vocacionais, profissionais, de estilos de vida) mais amplos do que os disponíveis a nível local. Neste estudo, pretendemos também apurar a interferência destes factores sociais no processo de escolha individual de uma dada via escolar e, assim, testar os limites e potencialidades das teses da individualização.

Objectivos: O presente projecto tem por base as teorias sobre a individualização aplicando-as ao processo de orientação escolar e as opções de escolha. Os seus objectivos são:
a) testar a adequabilidade dos principais argumentos do processo de individualização aplicados às escolhas escolares ao nível do ensino secundário em Portugal.
b) captar as perspectivas e representações dos alunos, colocando-os no centro da análise em termos das escolhas escolares.
c) questionar a definição institucional de “sucesso escolar”, com base na sua linearidade e nos percursos irreversíveis, tendo por base o ponto de vista dos alunos (na procura da sua verdadeira vocação), permitindo, assim, obter uma visão mais aprofundada deste problema educativo, bem como contribuir com conhecimentos científicos adicionais para os decisores políticos.
d) promover uma abordagem comparativa destes fenómenos escolares, contrastando a situação Portuguesa com a Brasileira.

Coordenação:Ana Nunes de Almeida.

Equipa: Maria Manuel Vieira.

Financiamento: Projecto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, em protocolo com o Departamento de Estudos, Estatísticas e Planeamento do Ministério da Segurança Social e do Trabalho (Projecto PICS/SOC/50013/2003).

Data: 2004-2006

Sumário: Portugal tem vivido as últimas décadas sob o signo da mudança e a sociedade portuguesa tem características de uma complexa “modernidade inacabada”. A família e a escola têm sido dois desses campos em transformação, em que o passado e o presente se articulam em novas modalidades. Partindo daquelas duas realidades, este estudo pretende caracterizar e explicar a construção de percursos de inserção no mercado de trabalho (formal e informal) num universo de jovens, rapazes e raparigas, de diferentes origens étnicas e sociais, alunos do 3º ciclo básico e secundário. Utilizando uma abordagem sobretudo qualitativa, baseada em estudos de caso realizados a partir de entrevistas a jovens (estudantes de escolas públicas que integram o “Observatório Permanente de Escolas ICS”) e às respectivas famílias, define-se como produto final a elaboração de uma tipologia da diversidade dos perfis encontrados.

Objectivos: Partindo da caracterização de dinâmicas familiares e percursos escolares, este estudo pretende caracterizar e explicar a construção de percursos de inserção no mercado de trabalho (formal e informal) num universo de jovens, rapazes e raparigas, com diferentes origens étnicas e sociais, alunos do 3º ciclo do ensino básico e secundário de escolas públicas portuguesas. Toma-se como base um conjunto de 6 escolas com distintas situações geográficas (meio rural, urbano e suburbano), recrutamentos étnicos e sociais diversificados, diferentes projectos educativos – de modo a permitir a construção de uma tipologia qualitativa. Privilegiando uma abordagem interdisciplinar, trabalhando num universo diversificado de actores e instituições, introduzindo na análise o ponto de vista dos protagonistas (jovens e famílias), este estudo pretende contribuir para o avanço do conhecimento científico nas áreas da família, escola e trabalho, nas suas múltiplas interdependências.

Coordenação: José Machado Pais e Manuel Villaverde Cabral.

Equipa: Pedro Moura Ferreira, Vítor Sérgio Ferreira e Rui Telmo Gomes.

Financiamento: realização científica do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, financiado pelo Instituto Português da Juventude.

Data: 1999 / 2001

Coordenação: Vítor Sérgio Ferreira

Data: 2004-2008

Sumário: O objectivo central deste projecto de investigação é analisar sociologicamente os traços de algumas formas actuais de cultura juvenil que se estruturam em torno de projectos de corporeidade ‘radical’, quer dizer, modalidades de utilização expressiva e/ou performativa do corpo que procuram exceder limites físicos e convenções culturais socialmente estabelecidos, isto na perspectiva de descobrir, em primeira instância, as lógicas simbólicas que estão subjacentes à sua utilização, sentidos pessoais e efeitos sociais. Privilegiaremos o caso da utilização das tatuagens e body piercing por parte dos jovens. Não obstante o «renascimento» e a recente visibilidade social que as modificações corporais tomaram nas sociedades ocidentais, nomeadamente na sociedade portuguesa, os jovens que cultivam o gosto pela tatuagem e o body piercing em larga extensão no corpo têm merecido, ao longo do tempo, mais atenção e interesse analítico por parte da psicologia ou da psiquiatria do que por parte da sociologia.Objectivos: Este trabalho propõe-se descobrir os significados que os jovens investem nas suas marcas corporais, compreender e interpretar sociologicamente as lógicas simbólicas subjacentes à sua utilização, e examinar o papel da marcação corporal na produção e manutenção de identidades e sociabilidades. Simultaneamente, o trabalho propõe-se caracterizar as condições sociais de produção dos corpos extensivamente marcados, bem como analisar os efeitos sociais da sua assunção, numa sociedade que vive com alguma relutância e preconceito a modificação corporal mais perene, em particular a que revisita e evoca figuras corporais histórica e socialmente estigmatizadas, na medida em que exige um elevado grau de plasticidade identitária e de maleabilidade corporal dos seus actores. Em síntese, é objectivo genérico deste trabalho identificar os diferentes usos, reconstruir a pluralidade de sentidos e averiguar dos potenciais efeitos, relativos à prática de marcar extensivamente o corpo em contextos juvenis.

Palavras-Chave: Culturas juvenis, corpo, tatuagens, bodypiercing.

Coordenação:Karin Wall

Equipa de investigação: Sofia Aboim, Vanessa Cunha, Lia Pappámikail, Rita Gouveia, Vasco Ramos, Cátia Nunes (ICS) e Maria das Dores Guerreiro, Pedro Vasconcelos, Cristina Ferreira, Helena Carvalho (Cies-ISCTE)
PTDC/SDE/65663/2006

Sumário: Um dos traços emblemáticos da modernização da vida familiar nas sociedades ocidentais reside na diversificação das trajectórias familiares dos indivíduos, hoje mais libertos dos constrangimentos do passado para construírem as suas biografias. A queda da nupcialidade e da natalidade, o aumento dos divórcios e dos recasamentos, bem como a emergência de modos alternativos de viver em casal, constituem transformações que alteram o formato das trajectórias familiares, bem como os entrelaçamentos entre indivíduo e família. Uma segunda mudança fundamental encontra-se nas redes sociais que envolvem os indivíduos ao longo da vida, pois estas tornaram-se também mais plurais, tanto nas suas funções (de contacto, de apoio emocional, económico, quotidiano) como na sua organização interna, hoje mais centrada nas afinidades electivas do que nos limites estreitos do parentesco. Mesmo que largamente rebatida a tese do isolamento da família nuclear e comprovada a persistência do apoio familiar, estão por identificar os processos de (re)constituição das redes sociais dos indivíduos ao longo da vida. Mais, é necessário estudar os equilíbrios entre laços de sangue ou aliança e de afinidade, bem como caracterizar as múltiplas funções das redes. Estabelecer a articulação entre trajectórias e redes sociais é, pois, um desafio fundamental de pesquisa. Partindo de ambas as problemáticas, este projecto junta dois eixos teóricos e propõe um duplo objectivo. (1) Por um lado, reconstituem-se as trajectórias familiares de homens e de mulheres portugueses de diferentes gerações, investindo numa perspectiva de análise do curso de vida. Observa-se a configuração e a diversidade das trajectórias, considerando os momentos de viragem biográfica relevantes na história familiar e pessoal do indivíduo. (2) Por outro, analisa-se o impacto dessas trajectórias na rede de relações familiares e sociais dos indivíduos. Investiga-se, em suma, a hipótese de que a diversificação das trajectórias familiares, fundada na multiplicação de transições possíveis (individuais, conjugais e parentais), contribui para reconfigurar a estrutura e as funções das relações sociais dos indivíduos (de parentesco mas também de amizade e inter-conhecimento; de apoio mas também de sociabilidade). O nascimento de um filho, o divórcio, a recomposição familiar, o desemprego, ou qualquer momento crítico de transição podem levar a reconfigurações inesperadas da rede social do indivíduo. A complexificação das biografias individuais afecta não só as dinâmicas conjugais e parentais, mas ainda as relações sociais primárias no seu conjunto. Para além de se recolocar as trajectórias familiares no seu contexto relacional alargado, nesta investigação propõe-se uma comparação entre três gerações de homens e de mulheres, ligando o tempo familiar ao tempo social e à mudança inter-geracional. Em cada geração analisam-se as características da rede social, investigando o impacto gerado, no presente, por diferentes trajectórias familiares. A óptica inter-geracional permite acompanhar o movimento de diversificação das trajectórias familiares ao longo das últimas décadas e comparar o impacto de biografias construídas em diferentes tempos históricos sobre as transições familiares e as relações sociais dos indivíduos. A junção das duas componentes segue tendências recentes de pesquisa, investindo na articulação entre a análise biográfica dos percursos de vida e a da mudança social e histórica. O desenho metodológico do estudo adopta uma perspectiva teórica que conceptualiza as trajectórias familiares, as redes sociais e as gerações no quadro de duas outras clivagens: a classe social e as relações de género. Seleccionam-se homens e mulheres, entre os 30 e os 65 anos, a viver em diferentes tipos de família (sozinhos e em casal, com e sem filhos) e possuidores de diferentes capitais escolares e sócio-profissionais. A cada geração de entrevistados(as) corresponde um diferente tempo de entrada na vida adulta. Entre os 30 e os 40 anos encontramos representantes de uma geração cujo percurso teve já como cenário o Portugal da União Europeia. A geração intermédia, entre os 40 e os 55 anos, retrata o país das grandes mudanças do pós-25 de Abril; a dos indivíduos entre os 55 e os 65 anos transporta as heranças do Estado Novo. Do ponto de vista metodológico, investe-se em duas aproximações complementares: um inquérito representativo ao nível do Continente, aplicado a uma amostra de homens e mulheres entre os 30 e os 65 anos; e entrevistas em profundidade a 48 homens e mulheres com histórias de vida e idades diversificadas. Através das metodologias qualitativas aprofunda-se a subjectividade dos percursos, completando o retrato estatístico das trajectórias e das gerações. O projecto beneficia ainda do confronto com dados obtidos noutro país europeu, uma vez que o parceiro internacional do projecto aplica, na Suíça, um instrumento similar de observação qualitativa. A caracterização da evolução demográfica e familiar, bem como a análise das políticas de família, constituem etapas complementares da pesquisa.

Coordenação: José Machado Pais e Leila da Silva Blass (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo)Equipa: Márcia Regina da Costa, Lídice Araújo, João Lindolfo Filho, António Concorda Contador, Cristiana Bastos.

Financiamento: Programa CAPES-ICCTI de Cooperação Brasil-Portugal.

Data: 2000 / 2004


Coordenação Nacional: José Machado Pais.

Coordenação Internacional: Barbara Stauber e Andreas Walter.
Realização científica da EGRIS (European Group for Integrated Social Research).

Equipa: Vitor Sérgio Ferreira.

Financiamento: Comissão Europeia no âmbito do 6º Quadro Comunitário – Prioridade “Citizens and Governance in a Knowledge-Based Society”.

Página do projecto.