Educação e Emprego

De acordo com o Eurostat (2016), tendo em conta o percurso educativo e a situação perante o emprego, os jovens podem ser encontrados numa das seguintes categorias:

– exclusivamente a estudar;

– a estudar e trabalhar;

– exclusivamente a trabalhar;

– nem a trabalhar nem a estudar.

Em Portugal, a maioria dos jovens entre os 15 e os 29 anos encontra-se exclusivamente a estudar[1] (46,1%) ou exclusivamente a trabalhar (34,9%). A percentagem de jovens que estuda e trabalha é reduzida (8,5%). O padrão de transição entre educação e emprego no país apresenta algumas diferenças relativamente ao da  EU28, onde a proporção de jovens que se encontra exclusivamente a estudar é inferior (em 8,8 p.p.) e a proporção de jovens que estuda e trabalha é superior (em 6,2 p.p.) do que em  Portugal. Por sua vez, a proporção dos que estudam e trabalham é maior na UE28 (14,7%).

Taxa de participação dos jovens em educação e formação por grupo etário e situação na profissão, 2017

Uma análise mais fina por grupos etários permite verificar diferenças adicionais. Em Portugal, a expressiva maioria dos jovens entre os 15 e os 19 anos (89,2%) encontra-se exclusivamente a estudar, percentagem superior à média da EU28 (77,7%).

Após os 20 anos regista-se a uma mudança nos padrões de emprego e educação, sendo que apenas 39,5% dos jovens entre os 20 e os 24 anos e 8,8% dos jovens entre os 25 aos 29 anos se encontra exclusivamente a estudar, menos de metade, e 10 vezes menos, respetivamente, do que a proporção de jovens dos 15 aos 19 anos. Por sua vez, a percentagem de jovens que se encontra exclusivamente a trabalhar é cerca de 10 vezes superior, passando de 3,6% para 34,1% entre os jovens dos 20 aos 24 anos e cerca de 18 vezes superior entre os jovens dos 25 aos 29 anos, passando de 3,6% para 65,3%.

É no grupo etário dos 25 aos 29 anos que se verifica a percentagem mais significativa de jovens que só trabalham (65,3%), sendo que 12,8% conciliam o trabalho com a educação e apenas 8,8% dos jovens deste grupo etário se encontram apenas a estudar.

Em todos os escalões etários é sempre superior na EU28 a proporção de jovens que estuda e trabalha..

Uma análise longitudinal pela última década evidencia que há 10 anos era menor a proporção de jovens que só estudava  (-9,5 p.p.) e superior (11,1 p.p.) a proporção de jovens que só trabalhava (46% em 2007 e 34,9% em 2017).

Taxa de participação dos jovens em educação e formação por grupo etário e situação na profissão, 200-2017

Referências bibliográficas

Ferreira, Tatiana; Vieira, Maria Manuel. (2018) Emprego, empregabilidade e empreendedorismo: as políticas públicas para o emprego jovem. Lisboa: Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

INE (2018) Estimativas anuais da população residente, acesso online (último acesso 15/10/2018)

INE (2018) Inquérito ao Emprego, acesso online (último acesso 15/10/2018)

Eurostat (2018) EU’s labour force survey (EU LFS), acesso online (último acesso 15/10/2018)


[1] A organização dos sistemas educativos nos diferentes Estados-Membros da EU pode traduzir-se em diferentes padrões de transição da educação para o mercado de trabalho.

 

Em 2017, dos 1 645 654 jovens com idades entre os 15 e os 29 anos em Portugal, 10,5% encontravam-se na condição NEEF, 5,8 p.p. inferior ao valor que atingiu em 2013 durante o período da crise económica e financeira.
A infografia do Perfil dos jovens em condição NEEF em Portugal ilustra que são sobretudo mulheres (50,2%) e jovens entre os 20 e os 24 anos (45,4%) com, no máximo, o 3º ciclo do ensino básico (43,2%) e estão, na sua maioria, desempregados (59,4%).

A condição perante o trabalho é um indicador que diferencia Portugal na medida em que, em contraste com a média da UE28, a taxa de jovens em condição NEEF é composta essencialmente por desempregados (PT-59,4%, UE28-41%), sendo mais baixa a percentagem de pessoas inativas  (PT-40,6%, UE28-59%).

Em Portugal a maioria dos jovens em condição NEEF declara que quer trabalhar (independentemente de estar ou não à procura de emprego), sendo reduzida a proporção de jovens que declaram não querer trabalhar (18,9%), diferença menos significativa do que na EU28, em que 35,1 % dos jovens declara não querer trabalhar.

 

Nota metodológica


Referências bibliográficas

Eurofound (2016). Exploring the diversity of NEETs. Luxemburgo: Publications Office of the European Union.

Eurofound (2012). NEETs – Young people not in employment, education or training: Characteristics, costs and policy responses in Europe. Luxemburgo: Publications Office of the European Union.

Eurostat (2018) EU’s labour foce survey (EU LFS), acesso online (último acesso 15/10/2018)

INE (2018) Inquérito ao Emprego, acesso online (último acesso 15/10/2018)

 

Qual a percentagem de jovens entre os 15 e os 29 anos que saíram do sistema de educação nos últimos 5 anos que se encontra a trabalhar?

Um dos indicadores que permitir aferir dinâmicas de transição da educação para o mercado de trabalho é a taxa de emprego dos jovens que saíram do sistema de educação nos últimos 5 anos.

Em 2017, a taxa de jovens que deixaram o sistema de educação nos últimos 5 anos é de 81%, 5,9 p.p. superior à média EU28. A taxa de emprego aumenta na mesma proporção que aumenta o número de anos de saída da educação, sendo mais reduzida nos primeiros 3 anos (76,1%) e aumentando após os 3 anos (83,6% mais de 3 anos e 84% mais de 5 anos). Esta diferença é menos significativa na EU28 – 74,7% 1 a 3 anos, 76% mais de 3 anos, 75,7% mais de 5 anos, onde inclusive a taxa de emprego desce ligeiramente após os 5 anos de conclusão do grau de escolaridade mais elevado.

Taxa de emprego dos jovens que não se encontram nem em educação nem em formação nos últimos 5 anos,
por nível de escolaridade, 2017

A taxa de emprego é mais elevada entre os jovens com o ensino superior (86,8%) do que entre os jovens com ensino secundário e pós-secundário (81,9%) e com até o ensino básico (75%). A diferença entre níveis de ensino é mais significativa na EU28, onde a taxa de emprego dos jovens com ensino superior é 32,3 p.p. mais elevada  do que entre os jovens com escolaridade até ao ensino básico, sendo que em Portugal esta diferença é apenas de 11,8 p.p.

Taxa de emprego dos jovens que não se encontram nem em educação nem em formação,
por anos desde a conclusão do nível de escolaridade mais elevado, 2017

Referências bibliográficas

Eurostat (2018) EU’s labour foce survey (EU LFS), acesso online (último acesso 15/10/2018)

Jovens em condição NEEF

Jovens que não se encontram a trabalhar nem a estudar, estagiar ou a frequentar qualquer tipo de formação – jovens NEEF – acrónimo de “nem em emprego, nem em educação ou formação”. NEEF define-se como “o conjunto de indivíduos jovens de um determinado grupo etário que, no período de referência, não estavam empregados (isto é, estavam desempregados ou eram inativos), nem frequentavam qualquer atividade de educação ou formação ao longo de um período específico (no período de referência ou nas três semanas anteriores)”

Taxa NEEF

Taxa de jovens que não se encontram a trabalhar nem a estudar, estagiar ou a frequentar qualquer tipo de formação, sendo calculada sobre o total da população jovem, que inclui os empregados, desempregados e inativos