Emprego
Quantos empregados e desempregados há por 100 homens ou mulheres jovens? Em 2017 a população ativa em Portugal fixava-se em 5219,4 mil indivíduos, correspondendo a uma taxa de atividade da população em idade ativa (15 e mais anos) de 59%. Nesse ano, a taxa de atividade dos homens (64,5%) era superior em 10, 4 p.p. à das mulheres (54,1%). No que se refere especificamente à população jovem (15-34 anos), refira-se que a maioria dos jovens dos 15 aos 24 anos encontra-se a estudar, pelo que a taxa de atividade neste grupo etário é significativamente mais baixa (34%), comparativamente ao grupo etário dos 25 aos 34 anos, cuja taxa atinge os 90%. No ano em referência, verifica-se que em ambos os grupos etários não existem diferenças significativas entre homens e mulheres. Qual a percentagem de jovens que não está empregada nem desempregada, entre o seu grupo etário? Em Portugal, a população inativa em 2017 era composta por 8184,5 mil indivíduos, registando-se uma taxa de inatividade (15-64 anos) de 25,3%, semelhante à da média da EU28, fixada em 26,7%. População inativa no total de população, por grupo etário, 2007-2017, PT-EU28 No que se refere à população jovem, observa-se que a proporção de inativos é superior entre os mais jovens, dos 15 aos 24 anos (89,7%), decrescendo entre os jovens adultos, com 41,5% no grupo etário dos 20 aos 24 anos e de 11,9% entre os jovens com idades compreendidas entre os 25 e os 29 anos. A proporção de jovens inativos é sempre mais elevada em Portugal do que a média EU28, com exceção do grupo etário dos 25 aos 29 anos (5,6 p.p. inferior). As principais razões que os indivíduos declaram para se encontrarem na situação de inatividade e não estarem disponíveis para trabalhar são o facto de estarem em educação e formação (42,1%), por doença ou incapacidade (21,8%) ou por razoes familiares (10,6%). Entre os jovens dos 15 aos 29 anos, a maioria é inativa por estar em educação e formação (87,1%), sendo residual a percentagem de jovens que aponta outras razões. População inativa, por grupo etário, por razões de inatividade, 2017 Qual a percentagem de jovens que trabalha? Em 2017 a população jovem empregada (15-34 anos) era de 1 193,5 mil jovens, com uma taxa de emprego de 53,6%, valor esse superior entre os jovens dos 25 aos 34 anos (81,2%). A taxa de emprego aumenta com a escolaridade: 51,4% para os jovens com escolaridade até ao 3º ciclo, de 77,4% para os que possuem o ensino secundário e pós-secundário e de 86,2% para os jovens com ensino superior. Segundo dados do Inquérito Europeu ao Emprego (EU’s labour force survey (EU LFS), a taxa de emprego para jovens entre os 15 e os 29 anos era de 49,2% na EU28 e de 43,3% em Portugal. Qual a percentagem de jovens com contrato a prazo? Em 2017 o trabalho temporário, ou seja, os empregados entre os 15 e os 64 anos com contratos de emprego a termo certo era de 21,3% em Portugal, 6,6 p.p. superior à média da UE28. Este tipo de relação contratual é mais comum entre os jovens, atingindo 65,6% dos jovens entre os 15 e os 24 anos e 32,9% dos jovens dos 25 aos 34 anos, sendo muito superior à média EU28 em ambos os casos mais 21,6% e 15,3%, respetivamente. Uma análise longitudinal permite verificar que, na última década, foi entre os jovens dos 15 aos 24 anos que aumentou significativamente este tipo de vínculo laboral, com uma taxa de variação positiva de 25,6% em Portugal, bem superior à variação verificada na EU28 (7,3%). Trabalhadores por conta de outrem com contrato a termo, principais razões, 2017 Em Portugal, para a maioria dos jovens – 68,3% no caso dos jovens dos 15 aos 24 anos e 81,8% dos jovens dos 25 aos 34 anos – o vínculo contratual temporário não é uma opção, mas sim a única solução pelo facto de não terem conseguido encontrar um trabalho permanente. Na EU28 esta situação é semelhante entre os jovens dos 25 aos 34 anos, ainda que com menor expressão – 57,4%. Já entre os jovens dos 15 aos 24 anos o seu vínculo contratual a termo certo resulta principalmente de uma escolha, sendo que 16,10% afirma não querer um emprego permanente, 33,8% invoca estar em educação e formação e 6,7% alega estar a estagiar (em período probatório). Qual a percentagem de jovens que trabalha em part-time? Em 2017, o trabalho a tempo parcial, ou seja, o trabalho prestado por um período de trabalho com uma duração inferior à duração normal em vigor na empresa/instituição, era de 8,9% em Portugal entre os trabalhadores dos 15 aos 64 anos, 10,5 p.p. inferior à EU28. Se na última década a percentagem geral de trabalhadores a tempo parcial manteve-se estável – à exceção do período da crise, em que se registou um ligeiro aumento – o mesmo não aconteceu entre os jovens. O trabalho a tempo parcial entre os jovens dos 15 aos 29 anos atingiu os 13,2% em 2017, quando uma década antes, em 2007, afetava apenas 7,5% dos jovens. Os jovens declaram trabalhar a tempo parcial de forma involuntária, invocando o facto de não conseguirem encontrar emprego a tempo inteiro (47,1%), ou por estarem em educação ou formação (32,5%). Trabalhadores a tempo parcial, principais razões (15-29 anos), Portugal e UE28, 2017 A taxa de emprego em tempo parcial involuntário, que mede a percentagem de empregados que declara trabalhar a tempo parcial porque não consegue encontrar um emprego a tempo inteiro é de 47,1% em Portugal e de apenas 29,7% na EU28. Qual a percentagem de jovens que trabalha por conta própria? No que diz respeito ao emprego por conta própria, em 2017 representava 16,9% da população empregada, dos quais 71,3% eram empregados isolados e apenas 28,7% eram empregadores. Em termos etários, 3,2% dos jovens entre os 15 e os 24 anos e 7,5% dos jovens entre os 25 e os 34 anos estão empregados a trabalhar por conta própria, na sua grande maioria sem pessoas ao serviço. População ativa População com idade mínima de 15 anos que, no período de referência, constituía a mão de obra disponível para a produção de bens e serviços que entram no circuito económico (população empregada e desempregada). Taxa de atividade (15 e mais anos) Taxa que permite definir a relação entre a população ativa e a população em idade ativa (população com 15 e mais anos de idade). População inativa População que, independentemente da idade, no período de referência, não podia ser considerada economicamente ativa, i.e., não estava empregada, nem desempregada e não se encontrava disponível para trabalhar. Taxa de inatividade (15 e mais anos) Taxa que permite definir a relação entre a população inativa em idade ativa (com 15 ou mais anos de idade) e a população total em idade ativa. Taxa de atividade (15 e mais anos) Taxa que permite definir a relação entre a população empregada e a população em idade ativa (população com 15 e mais anos de idade). Trabalhador com contrato a termo certo Indivíduo ligado à empresa/instituição por um contrato reduzido a escrito com fixação do seu termo e com menção concretizada de modo justificativo: a) a termo certo: quando no contrato escrito conste expressamente a estipulação do prazo de duração do contrato e a indicação do seu termo; b) a termo incerto: quando o contrato de trabalho dure por todo o tempo necessário à substituição do trabalhador ausente ou à conclusão da atividade, tarefa ou obra cuja execução justifica a sua celebração. Emprego temporário Trabalho com um contrato de prazo fixo, em vez de um contrato de trabalho permanente em que não há data de término. Um emprego pode ser considerado um emprego temporário (e o seu titular um empregado temporário) se tanto o empregador como o empregado concordarem que o seu fim é decidido por regras objetivas (geralmente escritas em um contrato de trabalho de duração limitada). Essas regras podem ser uma data específica, o final de uma tarefa ou o retorno de outro funcionário que foi temporariamente substituído. Trabalho a tempo parcial Trabalho regular prestado segundo um período normal de trabalho semanal inferior ao praticado a tempo completo. Trabalho a tempo parcial involuntário Trabalhadores em regime de tempo parcial de forma involuntária que declaram que estão a trabalhar a tempo parcial porque não são capazes de encontrar um emprego a tempo completo. Empregos por conta própria Empregos cuja remuneração está diretamente dependente dos lucros (realizados ou potenciais) provenientes de bens ou serviços produzidos, cujos titulares tomam as decisões de gestão que afetam a empresa, ou delegam essa competência, mas são tidos como responsáveis pelo bom funcionamento da sua empresa (neste contexto a “empresa” inclui as empresas unipessoais). Trabalhador por conta própria como isolado Indivíduo que exerce uma atividade independente, com associados ou não, obtendo uma remuneração que está diretamente dependente dos lucros (realizados ou potenciais) provenientes de bens ou serviços produzidos e que, habitualmente, não contrata trabalhador(es) por conta de outrem para com ele trabalhar(em). Os associados podem ser, ou não, membros do agregado familiar. Trabalhador por conta própria como empregador Indivíduo que exerce uma atividade independente, com associados ou não, obtendo uma remuneração que está diretamente dependente dos lucros (realizados ou potenciais) provenientes de bens ou serviços produzidos e que, a esse título, emprega habitualmente um ou vários trabalhadores por conta de outrem para trabalharem na sua empresa.